Um projeto brasileiro cheio de prêmios

Postado por MMM em 10/abr/2018 -

Sem tocar o chão, os esguios pilares de madeira laminada colada tomaram seu lugar acima dos alicerces. Conectados às sapatas de concreto por uma peça metálica cheia de funções: ela mantém a madeira longe da umidade do solo e ainda faz o ajuste fino na altura de cada pilar.

Sobre a estrutura pousou o telhado, erguendo-se suavemente em direção ao rio Javaés. Com a cobertura pronta, protegidos do sol forte nessa região entre o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia, os operários então ergueram as paredes. Paredes feitas da terra em que pisavam a poucos metros de distância da construção. Terra misturada a cimento e moldada em tijolos de três formatos, produzidos no canteiro a uma velocidade de 4 mil unidades por dia.

Era preciso agilidade para concluir em 14 meses uma obra de mais de 23 mil m², divididos em duas vilas para 540 alunos residentes na escola da Fazenda Canuanã, em Formoso do Araguaia, Tocantins. O processo todo, porém, durou quase três anos e envolveu muitas cabeças e mãos.

À frente do projeto estiveram dois escritórios de São Paulo, o Rosenbaum, do designer Marcelo Rosenbaum e da arquiteta Adriana Benguela, e o Aleph Zero, dos arquitetos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes. Em viagens à região distante 320 km de Palmas, a capital do estado, os profissionais conheceram casas das famílias de alguns alunos, comunidades caboclas e aldeias indígenas, aprendendo sobre o jeito de construir e viver local.

A essas visitas se somaram os encontros e dinâmicas com os estudantes, que indicaram como eles imaginavam seus espaços de moradia. Ao contrário dos dormitórios para 40 crianças mantidos pela escola havia quatro décadas, os alunos sonhavam com quartos menores e alguma dose de privacidade. Também pediram que fossem mais ventilados e menos sujeitos ao calor – a temperatura média anual supera os 27 ºC em Formoso do Araguaia.

Tais demandas encontraram como resposta o desenho de duas vilas – uma para meninas e outra para meninos – que têm no térreo os quartos com três beliches cada um e, no piso de cima, salas de leitura, de TV, redários, mesas de pingue-pongue e espaços de uso livre. O centro de cada vila é ocupado por um pátio com espelho-d’água, bancos e jardins.

“O processo todo envolveu ouvir muito, propor e ensinar”, diz Pedro Duschenes. E explica o porquê do ensinar: “Os estudantes e a população em geral achavam que as técnicas e os materiais de construção locais representavam tecnologias ultrapassadas. Queriam o que veem na TV. E nós tivemos de mostrar que não é bem assim, que existe sabedoria e eficiência na arquitetura tradicional indígena”.

Tanto existe que os blocos de concreto, as estruturas metálicas e os panos de vidro formatadores das metrópoles brasileiras não tiveram vez neste projeto. Em seu lugar, entraram os tijolos à base de terra – material que naturalmente isola o calor. E cimento, que não são queimados e, consequentemente, não emitem CO². Tijolos que também pouparam a queima de diesel no transporte, pois foram produzidos localmente.

A madeira laminada colada precisou viajar a partir de São Paulo. Mas a seu favor pesam a sua matéria-prima – eucalipto de reflorestamento certificado – e a rapidez que traz à obra, por ser pré-fabricada. Prontos também chegaram ao canteiro os painéis de madeira e cimento usados no piso e as telhas metálicas do tipo sanduíche, que atenuam calor e ruídos.  

Madeira e tijolos dão feição às construções e, sozinhos, respondem por diferentes texturas e tramas. A madeira da estrutura, replicada em guarda-corpos, varandas e brises, parece estabelecer uma melodia, enquanto os tijolos ora se unem em paredes maciças, ora desenham paredes vazadas de variados padrões.

E, com tais características, o projeto da escola de Canuanã vem atraindo os olhares do mundo e colecionando importantes prêmios, como o ArchDaily Building of the Year e o American Architecture Prize 2017. Pode ser, ainda, que inspire alguns dos adolescentes que ali vivem a se tornarem arquitetos e a espalhar pelo país sementes da arquitetura de qualidade.

Da arquitetura para a decoração

É curioso notar que um projeto de dimensões tão grandes pode se exprimir igualmente bem nos detalhes. E foram eles que me inspiraram na seleção de peças da Meu Móvel de Madeira (MMM) e da Oppa, uma seleção com os tons quentes da madeira e do barro e também com as formas em que eles se apresentam nas vilas de Canuanã. Ah, outro detalhe usado como referência são as decorações das portas dos quartos, feitas de palha e pintadas em diferentes desenhos pelos índios.

1. Cama Pará, da Oppa. Os designers pensaram no padrão formado pelos códigos de barra para desenhar este modelo de pinus e MDF.

2. Cabideiro Araucária, da MMM. Esbelto e com quatro ganchos, este modelo de pinus e metal deve ser fixado na parede.

3. Estante Adega, da Oppa. O corpo de MDF laqueado de preto contém prateleiras de pinus que podem acolher tanto garrafas de vinho quanto livros. Mede 1,20 x 0,51 m.

4. Banco Traço, da MMM. Ele é feito de eucalipto e pode ser usado em áreas externas.

5. Almofada Labirinto, da Oppa. Mede 20 x 38 cm e leva capa de gabardine com zíper.

6. Rack Trapézio, da MMM. Pés finos erguem do chão as duas prateleiras deste aparador de MDF e pinus.

 

Meu Móvel de Madeira na revista Minha Casa

Postado por MMM em 04/maio/2011 - 6 Comentários

Sair em uma capa de revista é superlegal. Saber que esta capa celebra o aniversário da publicação e que você foi convidado para comemorar junto? Melhor ainda! Mas e, se nesta capa na qual você aparece, há também a participação de um designer incrível? Bom, aí… O orgulho é tanto que nem cabe!

Pois é, estamos mais uma vez na capa da revista de decoração Minha Casa, que completa, neste mês de maio, um ano de existência. Na edição, as cadeiras Lapa da MMM na cor verde foram escolhidas por ninguém menos do que Marcelo Rosenbaum para compor uma sala MEGALINDA!

(Revista Minha Casa)

A sala é dividida de forma inteligente em estar e jantar, onde você tem um espaço para comer com os amigos e outro para curtir uma conversa sentado no sofá. A decoração, todinha feita por Marcelo Rosenbaum e a equipe de seu escritório, com a arquiteta Adriana Benguela, apresenta cores e padronagens diferentes na parede e acessórios com a cor cinza, para dar neutralidade.

(Revista Minha Casa)

Na sala de estar, o pufe exerce a função de mesa de centro. A peça foi “encapada” com uma bandeira da Inglaterra estilizada: um toque de exclusividade para sua casa. No canto da TV, a espada-de-são-jorge, uma das plantas preferidas de Rosenbaum, traz vida ao ambiente.

(Revista Minha Casa)

Em uma parede do ambiente que dá para o jardim interno da casa, um sistema de blocos de concreto pré-moldado e vidro oferece iluminação privilegiada. Uma ótima solução para a entrada da luz natural em ambientes que não requerem muita privacidade.

(Revista Minha Casa)

Agora, prestenção nestas paredes! São três estampas, todas em plena harmonia, graças às cores e grafismos da mesma família. O truque é arriscado, mas, nesse caso, o resultado ficou sensacional:

(Revista Minha Casa)

O verde foi ponto de partida para a escolha das cores, e graças a ele as cadeiras Lapa foram escolhidas na cor verde-limão.

(Revista Minha Casa)

Mas você já deve saber que existem muitas outras cores dessa mesma cadeira na MMM, né? Amarela, branca, vermelha, marrom, roxa, azul-turquesa… Para poder escolher a que fica mais bonita para sua casa! Ou misturar todas assim, ó:

(Loja 100% autoatendimento de Joinville)

Se você ficou com vontade de ter uma dessas para decorar o seu lar, não deixe de participar do Concurso Cultural que está rolando na revista. Confira aqui e boa sorte. ;]

E aí, qual cadeira Lapa combina com a sua casa? =D