Postado por MMM em 06/nov/2017 -
A abertura para a vizinhança, ideia que norteou o projeto da That House (ou Aquela Casa, em bom português), é meu ponto de partida hoje. A maneira como cada coisa se integra em algo maior – desde uma estante na sala que a acolhe até uma casa na paisagem – pode mudar nossa percepção dos espaços.
No caso desta residência construída em Melbourne, no litoral sul australiano, o resultado é um convite à comunhão. Já que as paredes voltadas para a rua são inteiramente de vidro, de forma que interior e exterior se comunicam. O mesmo acontece com a fachada de trás, aberta para a área de lazer. Repare como não há obstáculos à visão: quem está na piscina consegue enxergar quem passa em frente ao endereço. E vice-versa. Quando se quer privacidade, basta acionar um sistema de persianas internas.
“Alone, together”, ou “sozinho, junto”, é a chave para pensar a relação espacial ideal entre os moradores. “Em termos simples, nós queremos espaços individuais dentro de espaços compartilhados”, explicam os arquitetos do escritório Austin Maynard Architects. O equilíbrio entre privacidade e proximidade orientou a concepção das áreas, buscando assegurar a cada um a possibilidade de fazer suas próprias atividades sem isolar-se da família.
No andar térreo, essa ideia resulta em uma planta aberta composta de ambientes menores, delimitados pela disposição dos móveis. A escada, ainda que vazada, é outro discreto divisor. Embora a casa pareça ostensivamente integrada, os arquitetos garantem que enquanto alguém lê calmamente na sala, outro familiar assiste TV e outros dois conversam animadamente sentados à mesa de jantar. Não há uma sala para isso, outra para aquilo e outra para mais não sei o quê.
Isso porque os autores acreditam que, se os ambientes da casa podem se adaptar para atender a diversos usos e condições, não existe a necessidade de construir um projeto com excesso de cômodos. Como é tão comum na Austrália. É por isso que, apesar de seus confortáveis 255m², esta moradia tem a metade do tamanho de suas vizinhas. Mas, na família, ninguém se queixa de falta de espaço interno estando tão conectado ao cenário externo.
Para os profissionais do Austin Maynard Architects, casas menores são ecologicamente responsáveis. Isso porque exigem menos área, menos infraestrutura urbana, menos aquecimento ou resfriamento e por aí vai. “Em resumo, casas grandes demais são um desastre ambiental para nossas cidades e também um desastre cultural e social para nossas comunidades”, afirmam.
Da arquitetura para a decoração
A ideia de deixar tudo exposto, tudo em evidência, orientou a minha busca por móveis no site da Meu Móvel de Madeira. Assim como em uma casa transparente, a organização dos nichos e prateleiras é obrigatória para trazer conforto visual.
O Guarda-Roupa Infantil Nuvem não tem portas, o que ajuda a criança a visualizar e escolher as peças que vai vestir. Os cabides ficam a pouco mais de 1m de altura, então logo a criança consegue alcançá-los.
Nichos abertos sob o colchão deixam a mão livros de leitura, relógio, um copo d’água e até os chinelos. Assim é a Cama de Solteiro Libro. Sob o estrado, dois grandes compartimentos são perfeitos para guardar edredons e malas.
Ainda para os quartos, gosto da proposta da Cômoda Closet Setorize, da linha assinada em parceria com a personal organizer Micaela Góes e o Estúdio Baobá. Camisas, calças, casacos e até vestidos mais longos têm lugar pendurados na arara, enquanto gavetas de diferentes tamanho e um nicho acomodam peças dobradas e sapatos. Gostou? Saiba mais sobre a Linha Setorize aqui.
O Balcão 2 Prateleiras Petit é daqueles curingas que servem em qualquer ambiente da casa. No banheiro, acomoda toalhas e itens de higiene; no quarto, acessórios, brinquedos e livros; na cozinha, utensílios domésticos; na sala, bebidas e copos; na lavanderia, materiais de limpeza. Que função você daria a esse móvel tão versátil?
Fecho esta seleção com a Sapateira Módulo, que vem num kit com duas unidades empilháveis, como na foto (é possível empilhar até quatro módulos). Reparou que há lugar para botas de cano médio e alto? Se você não gostar de circular pela casa com os calçados sujos da rua, uma sugestão é deixá-la perto da porta, acessível até para as visitas. Aproveite e veja 5 formas diferentes pra pra organizar seus sapatos!
Mente aberta, casa aberta!
Beijo
Postado por MMM em 24/jul/2017 -
Uma tenda branca se eleva sobre o pavilhão de concreto erguido na Austrália
O equilíbrio entre o conforto doméstico e a abertura à natureza define este pavilhão em uma região de floresta tropical a 20 minutos da Sunshine Coast, famosa área litorânea australiana. A Tent House, projetada pelo escritório Sparks Architects, de Queensland, possibilita “uma maneira dupla de habitar – um modo fechado e abrigado e outro aberto e expansivo”, explicam os autores da ideia, que conquistou a atenção de publicações de várias partes do mundo.
A um primeiro olhar, a característica mais marcante é o amplo toldo branco. Ele se descola da casa formada por uma caixa de concreto enegrecido, cobrindo-a tal qual uma barraca tradicional e contrastando tons e linhas. Essa cobertura funciona como uma membrana translúcida capaz de, nos dias de sol mais intenso, difundir a luz, ao mesmo tempo que aplaca o calor gerado pelos raios solares.
Mas não só: a ventilação também é maximizada. Isso porque o pavilhão conta com amplas portas envidraçadas e teto retrátil. Nos meses de verão, o teto plano e automatizado pode ser recolhido sobre os banheiros, enquanto as portas correm nessa mesma direção, abrindo os quatro dormitórios, nas extremidades laterais, e a área social central. Assim, os ventos que chegam das praias circulam por todo o interior.
“À medida que as portas se abrem, a parede da floresta torna-se um elemento arquitetônico, um muro natural que contém um espaço mais amplo, esticando o plano da casa através da clareira e do jardim restantes”, afirmam os arquitetos.
Já no inverno, quando a floresta se coloca no caminho entre o sol e a casa, os ambientes são mantidos aquecidos e protegidos com o simples deslizar das portas e do teto, que é isolado termicamente. Mas não perdem a vista preciosa, captada o tempo todo pelas superfícies envidraçadas.
Da arquitetura para a decoração
Quando reflito sobre as características desta casa, concluo que ela deve ser muito eficiente como morada, aproveitando da melhor maneira a luz natural, o vento e a paisagem. Mas uma casa não é só razão, e as fotos da Tent House me induzem a uma sensação boa. Vejo poesia nos contrastes que o projeto propõe: rigidez de formas no pavilhão, fluidez na cobertura; preto na base, branco na tenda.
E foi com esse olhar que encontrei no cardápio da Meu Móvel de Madeira itens que imediatamente relacionei com a Tent House.
Estante Garbo: os acabamentos, preto e madeira, repetem os do pavilhão australiano, assim como o formato retangular, só que no sentido vertical.
Vejo essas características semelhantes no prático Painel de Recados e Porta-Chaves Chat, que oferece duas caixinhas para acomodar itens pequenos, como controles remotos.
A Estante com Caixas Organizadoras Tools traz o branco no envoltório e o tom escuro no miolo.
Os quatro ganchos curvados que compõem o Cabideiro Anu lembram os cabos de aço e a estrutura metálica que ancoram o toldo na casa da floresta.
Você pode achar que eu viajei na conexão abaixo, mas… Assim como a tenda branca representa a última camada da Tent House, o edredom do Jogo Lit Branco Rendado, da Altenburg, vai por cima dos lençóis na cama.
E é com a imaginação à solta que me despeço. Até a próxima semana!
Postado por MMM em 25/abr/2017 -
Desde 2015, uma das fortes tendências na arquitetura é o preto. Ele comparece em materiais de acabamento externo para todo tipo de construção – residencial, comercial, cultural e corporativa –, evidenciando as linhas da fachada e a geometria do projeto. E é na madeira que o tom encontrou seu substrato mais versátil.
A explicação talvez esteja no fato de que essa matéria-prima possibilita diferentes versões de preto conforme o tratamento pelo qual passa. Quando deixada ao natural, sua superfície torna-se cinzenta, escurecendo à medida que os anos avançam. Se for pintada com tinta, pode ficar brilhante ou opaca. Caso receba stain, a aparência será outra, já que ele penetra na madeira, tingindo-a.
Finalmente, ela pode ser carbonizada e tratada com óleo, numa técnica ancestral japonesa, a Shou Sugi Ban, que aumenta a resistência do material ao fogo e a insetos. Hoje em dia, usa-se maçarico na queima, e a ela se seguem a raspagem com escova de aço e a limpeza da superfície, com água ou não. Depois o artesão aplica óleo na tábua e repete todo o processo até chegar à intensidade de cor desejada. Essa técnica – retomada recentemente na arquitetura de países como Estados Unidos, Canadá, Chile, Inglaterra, Dinamarca, Coréia do Sul e, claro, Japão – foi a opção do arquiteto australiano Anthony Clarke, do Bloxas Architecture Studio para personalizar esta casa térrea, chamada de Pavilhão do Jardim.
Construído para um casal de Melbourne, segunda cidade mais populosa da Austrália, este projeto tinha uma missão e tanto: ajudar a garantir o sono extremamente difícil do marido. “Nossa proposta tentou resolver atributos conflitantes da encomenda: o desejo de interação com a natureza e a necessidade de repouso, abertura e introspecção, luz e escuridão, sonoridade sem barulho”, explica o arquiteto.
A solução veio sob a forma de uma casa cuja fachada dos fundos curva-se suavemente, abraçando o jardim de oliveiras e limoeiros e refletindo os ruídos externos. Além do uso de forros acústicos no teto de ambientes internos, as próprias paredes externas, revestidas de madeira carbonizada, e as portas duplas formam colchões de ar que isolam o barulho. À noite, quando persianas e painéis de madeira são fechados, o quarto do morador escurece e silencia por completo, oferecendo as condições ideais para o sono.
Da arquitetura para a decoração
Fachadas revestidas de madeira carbonizada mostram-se tão em alta quanto o luxuoso mobiliário feito da mesma matéria-prima. E já há designers, como o holandês Maarten Bass, que ficaram conhecidos por suas criações enegrecidas e levemente retorcidas pelo fogo. No Brasil, se é fato que a carbonização não pegou (ainda?), também é perceptível a crescente variedade de móveis de madeira com acabamento preto.
Em geral são peças que evocam o clima urbano, a contemporaneidade e a elegância. Podem definir o estilo de uma decoração quando dispostas lado a lado ou podem ser uma presença única no ambiente, combinadas com móveis de outras cores e materiais.
Para a seleção a seguir, difícil foi limitar-me a cinco modelos, como venho fazendo. Entre tantos aparadores, mesas, bancos, escrivaninhas etc afinadíssimos com o visual da casa de Melbourne, resolvi focar em móveis para a sala de estar.
E dou uma dica sobre um dos itens que elenquei, o Rack Trapézio: aqui ele surge inteiramente preto, mas também está disponível juntando esse tom ao de madeira.
Se você gosta da ideia de misturar preto e madeira, confira a coleção Garbo. Ela é um arraso! Ver pessoalmente a Cristaleira Garbo foi o que bastou para eu me apaixonar por ela: por sua textura lisa, pela combinação quente de cores e por sua personalidade forte.
Da mesma coleção, eu também destaco a Banqueta Garbo, com altura regulável.
Numa tonalidade mais clarinha de madeira, o pínus natural, uma boa pedida é a Adega Girato, para 12 garrafas de vinho.
E como salas devem oferecer o conforto de um estofado, minha escolha recai sobre o Sofá Urbano, com laterais metálicas que lembram uma tela de galinheiro. Testei e aprovei!
Boa semana e até o próximo post!
Fonte: Dezeen